Dados históricos do Ministério do Trabalho e Emprego apontam dezembro como o mês em que Tatuí tem os piores números em geração de empregos formais.
No ano passado, a tendência manteve-se e o município concluiu o último mês do ano com menos 332 vagas, queda de 1,19% sobre o total de empregos existentes na cidade.
Todos os setores avaliados pelo Ministério tiveram queda em dezembro. O destaque negativo ficou por conta da indústria, com saldo de menos 121 empregos. O setor de prestação de serviços, que vinha liderando as contratações no ano, fechou o mês com menos 79 vagas.
A lista de dezembro é completada por construção civil (menos 42), administração pública (menos 41), agropecuária (menos 38) e comércio (menos 12).
A exceção ficou por conta da atividade de extração mineral, que teve saldo de um emprego em dezembro, resultado de três admissões e dois desligamentos.
Em 2012, os empregadores efetuaram 14.139 contratações com carteira assinada. Em compensação, houve 13.371 desligamentos, resultando em saldo de 768 vagas no ano. O número corresponde a 2,87% do total.
Divulgados no final de janeiro, os números relativos a dezembro interromperam série de resultados positivos em 2012. Até então, no ano, a cidade tivera apenas dois meses negativos: janeiro (menos 189) e maio (menos 119).
Quando contabilizou novembro, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) informou saldo de 1.085 empregos, fixando a média mensal do ano em 98 vagas.
Se a tendência fosse mantida, Tatuí fecharia o ano com aproximadamente 1.200 novos postos de trabalho, um dos melhores resultados da série histórica do Caged.
No entanto, prevaleceu a “tendência” tatuiana de final de ano. Desde que o Ministério do Trabalho instituiu o Caged, em 2003, a cidade nunca teve saldo positivo em dezembro. Mesmo nos anos em que o saldo foi significativamente positivo, o último mês sempre teve queda.
O exemplo mais expressivo ocorreu em 2008. Naquele ano, o município acumulou 1.924 novos postos de trabalho. O número teria sido ainda mais alto se não houvesse o saldo de menos 443 naquele mês de dezembro.
Entretanto, foi no ano de 2011 que o mercado de trabalho local bateu dois recordes negativos: menos 499 empregos em dezembro – o pior mês já registrado pelo Caged – e saldo de apenas 15 contratações no ano – o mais fraco da séria histórica.
Para Marcos Bueno, diretor da Secretaria de Indústria e Desenvolvimento Econômico, a situação local é resultado de fenômeno registrado em todo o país no mês de dezembro, principalmente no setor industrial e do comércio. “São os dois que mais empregam em Tatuí”.
De acordo com Bueno, o setor industrial é responsável por aproximadamente 20% dos empregos na cidade. “Tatuí tem várias empresas expressivas, que acabam impactando diretamente no número de trabalhadores”.
O diretor disse que, nas indústrias, o “vilão do desemprego” é o encerramento dos ciclos de produção e o início de outros.
“Neste período, é comum haver readequações nas estruturas de produção. No primeiro trimestre do ano seguinte é que as negociações são retomadas e o mercado se aquece novamente”.
Já em relação ao setor comercial, Bueno sustenta que é comum haver períodos sazonais. “Particularmente em dezembro, há tendência de aumentar os serviços terceirizados e diminuir as contratações. Por outro lado, os desligamentos se mantêm”, comentou.
Indústria e comércio, segundo Bueno, também estariam sentindo efeitos da crise internacional iniciada em 2010.
“Nós entendemos que a ação desta crise existe no Brasil, afetando setores como o automotivo, o têxtil e o alimentício, principalmente por conta da diminuição do volume de exportações”.
Apesar da queda registrada em dezembro, o aumento de 2,87% nas contratações ao longo de 2012 foi recebido de forma positiva pela Secretaria da Indústria. De acordo com o diretor, o número está “dentro do esperado, levando-se em conta a situação do mercado nacional”.
No ano passado, o Brasil teve saldo de menos 496.944 empregos (queda de 1,27%). No Estado de São Paulo, também houve queda, fechando o Caged com menos 185.287 vagas (diminuição de 1,47%).
“Eu entendo que o município se manteve no seu patamar. Seria alarmante se a cidade estivesse fechando o ano passado com um índice negativo”, comentou Bueno.
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