sábado, 6 de abril de 2013

Polícia Civil investiga comércio de CNHs falsas a partir de detenções


O aumento de apreensões de CNHs (carteiras nacionais de habilitação) falsas em Tatuí despertou a atenção da Polícia Civil. Segundo informou o delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci, somente neste mês, houve a prisão de quatro pessoas por uso de documento falso.
Esse “aumento substancial” fez com que a PC iniciasse investigação. Até o momento, os trabalhos apontaram que as habilitações estavam sendo vendidas em Tatuí. Andreucci conseguiu apurar que os compradores pagaram R$ 2.000 pelos documentos.
De acordo com o delegado, a Polícia Militar tem intensificado as fiscalizações. “O crescimento das apreensões se deve a um aumento das blitzes e a um ‘verdadeiro derrame de carteiras falsas na cidade’”, argumentou.
Segundo ele, a partir das quatro CNHs apreendidas, a PC conseguiu identificar o fornecedor de duas delas. Dois dos quatro presos prestaram declarações. Eles informaram que teriam adquirido os documentos em Tatuí, de uma pessoa de nome “Josué”.
Também contaram que teriam pagado R$ 2.000 pelas habilitações e que o responsável pela emissão dos documentos era um gesseiro. “Ele teria um comércio no centro da cidade”, comentou Andreucci.
A equipe do delegado conseguiu identificar o comércio, localizado na rua Joaquim Camargo de Barros, no Junqueira. Com o endereço, os investigadores chegaram ao nome completo do suspeito, identificado como Josué Sartori.
O acusado estaria morando na rua Heleno de Oliveira Miranda, no Jardim Santa Rita de Cássia. Entretanto, teria se mudado na noite anterior à fiscalização realizada pela PC. “Ele escapou na calada da noite”, falou o titular.
Andreucci também determinou que os investigadores checassem os telefones pessoais do suspeito. “Constatamos que eles estavam todos fora de operação”, contou.
Por essa razão, instaurou inquérito policial e representou pela prisão preventiva do gesseiro. De acordo com o delegado, Sartori é suspeito de ter praticado crime de falsificação de documento público, previsto no artigo 297 do CPB (Código Penal Brasileiro). A pena é de dois a seis anos de reclusão.
Além de contar os detalhes da negociação, os motoristas presos com as habilitações falsificadas vendidas em Tatuí disseram que haviam entregado documentos pessoais ao suspeito. Eles teriam sido devolvidos dias depois, junto com as CNHs.
Conforme o delegado, ao fazerem uso de documento falso, os motoristas praticaram crime previsto no artigo 304 do CPB. Eles estão sujeitos, se condenados, à mesma pena do suspeito. Podem ficar presos de dois a seis anos.
Andreucci afirmou que as habilitações feitas em Tatuí foram impressas em espelhos falsos. O titular descartou a possibilidade de as CNHs terem sido produzidas com materiais desviados de Detrans (departamentos de trânsito) ou Ciretrans (circunscrições regionais de trânsito).
Disse, ainda, que a irregularidade documental é facilmente verificada pela Polícia Militar durante uma fiscalização. Segundo ele, todos os documentos pessoais dos motoristas são verificados durante uma abordagem.
“Se não forem cadastrados no sistema, a irregularidade documental é apurada. Portanto, é impossível a utilização de CNHs falsas em qualquer situação”.
Quem for pego fazendo uso de habilitação falsificada é detido em flagrante, sem direito a fiança. De acordo com o delegado, o motorista, nesse caso, paga por um documento que não vale nada e que pode levá-lo à cadeia.
“A pessoa se engana que tem habilitação, mostra para os amigos, mas, quando tem de apresentá-la para a polícia, tem a falsificação descoberta”, afirmou. Segundo ele, quem compra uma CNH falsificada está se “autoenganando”.
Andreucci afirmou que o gesseiro indiciado é considerado “a ponta do ‘iceberg’”. Para o titular, o homem apenas intermediava as falsificações. “Ele deveria ganhar alguma comissão, mas eu acredito que não era quem falsificava”. 
                                                                                 Oprogressodetatui.com.br

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