sábado, 9 de março de 2013

Homem e mulher ‘moram’ por 20 dias ao lado de ponte na C. Verde


Por 20 dias, Claudinei Antunes Siqueira, 40, e a companheira dele, Maria de Fátima, 50, moraram ao lado da ponte que liga as ruas Nhô Inácio Vieira e Joaquim Lourenço de Oliveira Neto, no bairro Colina Verde. O casal deixou o local na quarta-feira, 6, depois de ter pedido ajuda à reportagem de O Progresso.
Na data, o Departamento de Bem-Estar Social e Cidadania, da Prefeitura, encaminhou Siqueira e Maria para abrigos do município. De acordo com nota enviada pela assessoria de comunicação do Executivo, o departamento estava acompanhando o caso “de maneira sistemática” desde o dia 2 do mês passado.
Também segundo a Prefeitura, o casal havia sido contatado pelo departamento por seis vezes durante o período em que havia permanecido no local.
Segundo a assessoria de comunicação, assistentes sociais haviam oferecido “orientações, esclarecimentos, abrigo, além de cuidados médicos e amparo alimentar”.
A Prefeitura informou, também, que os dois recusavam-se a deixar o local. “Trata-se de pessoas esclarecidas, inclusive, com diploma universitário, conhecedoras de seus direitos, que insistiam em permanecer nas ruas”, citou a Prefeitura.
Ainda de acordo com o Executivo, a mulher havia sofrido um acidente com água quente no dia em que aceitou ajuda, resultando em “uma grave queimadura”.
Ela teria sido hospitalizada e, finalmente, “cedido aos apelos da equipe de promoção social, sendo encaminhada para abrigo do município”. O companheiro dela, Siqueira, também foi abrigado na tarde do mesmo dia.
A equipe do departamento informou que vem tentando contato com os familiares dos dois. Siqueira é natural de Santo Antônio da Platina, no Estado do Paraná.
“Caminheiro” de profissão, ele parou de trabalhar depois de ter sofrido acidente. Ficou 4 anos, 8 meses e 18 dias internado no Hospital Evangélico de Curitiba. Ao ter alta, decidiu agradecer Nossa Senhora Aparecida.
Iniciou, então, peregrinação em direção à basílica da santa, em Aparecida do Norte. “Gastei dois anos e 28 dias, não peguei carona e cheguei lá a pé. Quando voltava, a fiscalização (Polícia Rodoviária) me parou e me deixou aqui, em Tatuí”, disse Siqueira a O Progresso na manhã do dia 6.
O homem falou ao jornal depois de ser convencido por moradores do bairro que se comoveram com a situação dele e da companheira. Os residentes acionaram a reportagem, que conversou com o casal.
Siqueira disse que conheceu Maria depois de deixar uma entidade na qual estava internado. A partir daí, ficou sem local para morar e decidiu caminhar pela cidade, junto com a companheira, que é natural de Tatuí. Os dois ocuparam, inicialmente, uma escola desativada no bairro. Depois, tiveram de deixar o espaço.
Eles estavam sem habitação fixa há praticamente três meses. O casal vivia de ajuda da população e da aposentadoria da mulher, que está grávida de três meses e meio.
Maria toma remédio controlado e não queria abandonar os quatro cachorros que tinha. “Eles todos têm documentação e são castrados”, disse o companheiro dela.
Até a tarde de quarta-feira, os animais eram alimentados por uma veterinária anônima, que ia até o local e doava sacos de ração.
Na quarta, Maria teve internação feita em clínica especializada para dependente em Araçoiaba da Serra. Siqueira permaneceu em Tatuí.
                                                                         Oprogressodetatui.com.br

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