sábado, 16 de fevereiro de 2013

Santa Casa estuda contratar UTI neonatal




A administração da Santa Casa de Misericórdia estuda viabilizar a abertura de uma UTI (unidade de terapia intensiva) neonatal e pediátrica.
O hospital analisa a possibilidade de terceirizar o setor. Uma das empresas mais cotadas é a Neocenter, que administra cinco unidades em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.
Por indicação de profissionais de outros hospitais, o diretor administrativo e vice-provedor da Santa Casa, Antonio Marcos Abreu, entrou em contato com a empresa mineira. Na quinta-feira da semana passada, 7, ele esteve em Belo Horizonte e conheceu as cinco UTIs administradas pela Neocenter.
Durante as visitas, Abreu verificou as possibilidades e, principalmente, os custos para a implantação de uma UTI terceirizada na Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”, inaugurada há um ano pela Santa Casa local.
“Ela faz a instalação, monta todos os equipamentos e, depois, administra, inclusive, se responsabilizando pela manutenção”, adiantou Abreu. O serviço é feito mediante pagamento por cada internação efetuada.
De acordo com o vice-provedor, a Santa Casa aguarda apenas que a empresa mineira apresente proposta orçamentária para dar continuidade ao projeto.
Entretanto, Abreu já tem conhecimento de que o valor cobrado será superior ao repasse que o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece aos hospitais por cada internação em UTI neonatal e pediátrica.
“Segundo informações que nós já obtivemos, uma internação gira em torno de R$ 800 pagos pelo SUS. Só que a empresa não opera por este valor”, afirmou o vice-provedor. O restante do custo por internação deveria ser bancado por “fontes alternativas”.
A administração da Santa Casa trabalha com a ideia de apresentar o projeto à Secretaria Municipal da Saúde, para que seja marcado encontro com representantes de diversos municípios da região.
“Este complemento teria que sair das prefeituras interessadas no serviço”, comentou Abreu. O diretor administrativo elaborou lista com possíveis parceiros.
“Temos Itapetininga, Tietê, Cerquilho, Capela do Alto, Iperó, Quadra e vários outros. Nenhum deles conta com UTI para crianças, e todos eles poderiam se beneficiar com o nosso projeto”.
No encontro, ainda, sem data e número de participantes definido, Abreu irá propor a criação de consórcio entre os municípios interessados.
“Se oferecermos o serviço por meio de uma central reguladora de vagas, receberemos pacientes de todos os lugares e, provavelmente, a população local continuará sem ter acesso às vagas da UTI”, afirmou.
A proposta orçamentária a ser apresentada pela Neocenter será dupla. Na primeira delas, estarão incluídos apenas os custos de equipamentos. A segunda incluirá custos com mão de obra (médicos e enfermeiros) para os plantões na unidade.
No entanto, Abreu praticamente descartou a possibilidade. Conforme ele, o custo ficaria muito alto. “No momento, entendemos que o melhor seria pagar apenas pelos equipamentos, pois já temos médicos intensivistas que fazem plantões, e não seria necessário fazer novas contratações”.
Com parte dos custos bancados pelo SUS e a outra, repartida entre os municípios, a Santa Casa ficaria responsável por ceder o espaço físico – já demarcado na nova maternidade – e os custos adicionais, como energia elétrica, água, limpeza, medicamentos e mão de obra.
De acordo com Abreu, a proposta inicial consiste na abertura de oito vagas na unidade neonatal e duas para a pediatria. Segundo ele, o número considera a população local e foi determinado em reuniões com a equipe médica.
“Para uma UTI com até dez leitos, exige-se uma equipe de médicos e enfermeiros. Para instalarmos mais que isso, seriam necessárias duas equipes. Então, para valer à pena, teriam que ser 20 vagas, o que acaba sendo demais”, comentou.
Com a instalação da UTI neonatal e pediátrica, a maternidade passaria a contar com atendimento de “alta complexidade”.
Atualmente, a Santa Casa é classificada como hospital de “média complexidade”, levando pacientes que necessitam de atendimento especializado a serem transferidos para outras cidades.
“Para Tatuí, a vinda dessa UTI seria muito importante. Hoje, as crianças que necessitam de internação são transferidas para cidades como Sorocaba e Itu, e é muito difícil conseguir vaga”, observou Abreu.
Segundo ele, a maior parte da internação de recém-nascidos em UTI é fruto de partos prematuros, complicações com filhos de gestantes idosas e crianças que nascem com problemas cardíacos.
                                                                                     oprogressodetatui.com.br

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