quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Início do verão faz aumentar alerta sobre riscos relacionados à água


Iniciado oficialmente na sexta-feira da semana passada, 21, o verão faz com que se multipliquem os frequentadores de parques aquáticos, clubes, rios, lagos e outros locais de banho. Na mesma proporção, crescem as preocupações de autoridades e profissionais de segurança, que redobram alertas sobre os perigos relacionados à água.
Para reduzir ao máximo o número de vítimas de afogamento durante o lazer, guarda-vidas concentram todos os esforços em medidas preventivas.
A partir do momento em que o acidente aquático acontece, cada segundo pode ser decisivo para salvar uma vida. Por mais rápido que seja, o socorro pode não chegar a tempo.
Anualmente, o Sesi (Serviço Social da Indústria) promove cursos regionais de formação e reciclagem de profissionais para atuação como guarda-vidas. As atividades são ministradas por profissionais do Corpo de Bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Entre os alunos que costumam marcar presença nas aulas, está Ademir Marciano Júnior, o Nino. Ele atua como guarda-vidas na piscina municipal, junto ao edifício “Adoniran Fornazari Barros”, do DME (Departamento Municipal de Esportes).
O local recebe alunos no Nebam (Núcleo de Educação Básico Municipal) e do projeto “Ayrton Senna da Silva”.
De acordo com Nino, os cursos anuais são importantes por atualizarem sobre os procedimentos de RCP (reanimação cardiopulmonar).
“É importante lembrar como se faz isso todos os anos. Isso habilita a prestar os primeiros-socorros não só na parte da piscina, mas em todo o complexo esportivo”, disse o guarda-vidas.
O principal objetivo dos profissionais que atuam no segmento, entretanto, é fazer com que os procedimentos de emergência não tenham de ser utilizados.
Para isso, reforçam constantemente a tese de que é necessário trabalhar para prevenir acidentes. E a melhor forma de conseguir isso, segundo Nino, é orientando os banhistas.
“Eu procuro trabalhar mais com a prevenção, orientando os banhistas sobre o que pode e o que não pode fazer dentro da água. Orientação é tudo”.
Conforme o profissional, a primeira medida para evitar acidentes aquáticos é escolher piscinas que contem com serviço de guarda-vidas. Por meio deles, os banhistas podem se orientar.
“Em primeiro lugar, tem que perguntar sobre a profundidade da piscina, em que parte pode entrar e quais são os lugares mais profundos”.
Nino ressaltou que a pergunta é importante porque a água das piscinas pode criar reflexos que enganam quanto à real profundidade. “Há lugares em que parece que é rasa, mas pode ser bem profunda”, alertou.
Outra orientação aos banhistas é que não pulem na água logo de início. O ideal, segundo o guarda-vidas, é entrar aos poucos, começando pela parte mais rasa e ir se familiarizando com o lugar. “Tem que entrar devagar e molhar os braços, a nuca, para não ter um choque térmico”.
A alimentação antes do banho na piscina pode representar risco grave, já que o esforço pode causar problemas ao organismo. Por conta disso, os banhistas são orientados a ficar fora da água por duas horas depois de se alimentar.
O risco é ainda maior para quem ingeriu bebida alcoólica. Neste caso, não existe um tempo de espera recomendado. “Em clubes e piscinas residenciais, acontece muito de pessoas entrarem na água depois de ter consumido bebida alcoólica. Isso é perigoso, porque até os melhores nadadores correm o risco de perder reflexos com o álcool”, disse Nino.
Conforme ele, na piscina municipal não costuma haver muitos casos de banhistas que entram na água depois de consumir álcool.
Aos sábados, domingos e feriados, o local é aberto a pessoas cadastradas na DME. “Nesses dias, a gente faz controle e não é permitida a entrada de bebida alcoólica”, informou o guarda-vidas, que também trabalha quando a piscina fica aberta ao público.
Além da piscina municipal, a Prefeitura disponibiliza o Parque Ecológico “Maria Tuca”. Nino recomenda que as pessoas prefiram as piscinas e evitem banhos em rios, lagos e tanques. De acordo com ele, a maioria dos cursos de água não conta com serviço de segurança, o que os torna mais perigosos.
Para quem optar pelos rios e lagos, a recomendação é conhecer bem o local antes de entrar na água. “Mesmo aqueles que já conhecem, devem entrar caminhando devagar, para verificar se não há novos obstáculos, como pedras, galhos e arames, e se a água não criou declives no leito”.
No caso de banhistas que optam por rios e lagos, a recomendação de evitar bebidas alcoólicas é ainda maior. O problema, conforme Nino, é que estes locais costumam ser afastados ou de difícil acesso.
Além de não contarem com medidas preventivas, a localização faz com que a ajuda demore a chegar. “É inviável haver guarda-vidas em todos os rios e lagos que tenham acesso do público. Já o Corpo de Bombeiros dificilmente chegará a tempo de evitar o afogamento”.
Nino contou que, nos rios e lagos, é comum haver afogamento de pessoas que estavam reunidas em duplas. “Geralmente, acontece de umas delas estar se afogando e a outra tentar ajudar e também se perde, mesmo sabendo nadar”.
Quem estiver sozinho ao presenciar um afogamento deve tentar achar algum objeto longo para alcançar a vítima e ajudá-la a submergir.
“Se entrar na água e tentar o salvamento, sem a experiência necessária, os dois podem se afogar. Quem está se afogando fica muito desesperado, se agarra no outro e os dois acabam afundando”.
Depois que a vítima é retirada da água, é necessário chamar o serviço de emergência do Corpo de Bombeiros (193). Enquanto o socorro não chega, o afogado deve receber massagem cardíaca e respiração boca a boca.
                                                                                           oprogressodetatui.com.br

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