quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Santa Casa projeta aumento do nº de associados que ajudam com carnê


Aproximadamente 150 pessoas contribuem mensalmente com a Santa Casa de Tatuí por meio de carnês. Este é um número que a provedoria do hospital quer mudar nos próximos meses.
Segundo explicou a provedora Nanete Walti de Lima, a projeção é de que a entidade obtenha mais recursos para serem aplicados nos custos de manutenção e operacionalização. A ajuda é viabilizada a partir de contribuição em carnê.
O associado pode contribuir com valores a serem definidos por ele mesmo. “O mínimo é de R$ 5”, explicou Nanete. Conforme ela, quem puder, pode ofertar outros valores.
Outra facilidade é que o associado escolhe a data de pagamento. “Não temos um cobrador. Então, a pessoa tem de vir ao hospital para pagar o valor correspondente à contribuição daquele mês”, comentou.
Alguns dos associados quitam o boleto mensal junto a voluntários que fazem o recolhimento do dinheiro e depois o repasse para a instituição junto com os canhotos preenchidos. Cada carnê conta com um número de identificação que é checado pela equipe do hospital e recebe um carimbo de “baixa”.
“Nós temos vários voluntários que percorrem os próprios bairros, recebem dos contribuintes daquela região e repassam os valores para o hospital”, comentou a provedora.
Na Santa Casa, o dinheiro é conferido junto com o canhoto do carnê. “Eles têm de estar todos preenchidos, recebem visto e são registrados num livro que fica armazenado. Fazemos isso, rigorosamente, todos os meses”.
Nanete contou, ainda, que a “missão” da provedoria é mudar o panorama atual dos associados. Mais da metade dos 150 é formada por funcionários do hospital.
Esses, no entanto, contribuem por razões específicas. Só têm direito a voto ou a concorrer à eleição interna os funcionários que forem associados.
“Nós temos casos em que o empregado quer apenas contribuir, mas muitos são associados para terem direito a voto e a concorrer nas eleições internas”.
O dinheiro repassado pelos associados, por meio dos carnês, é incorporado pela Santa Casa para as despesas de custeio e manutenção. “Vai para o setor de pagamento de contas, ou de compra. Depende da necessidade”, falou Nanete.
Os carnês são emitidos em menos de dois minutos e preenchidos com os dados do associado. Quem quiser colaborar, deve comparecer ao hospital para registrar o número e informar com qual o valor mensal que pode ajudar.
“Nós colocamos o nome, o telefone, a cidade e o valor da contribuição”, disse a provedora. Embora a data de vencimento esteja prevista para o dia 10, Nanete comentou que ela pode ser alterada conforme as possibilidades do associado.
Também não há juros ou multas por conta de eventuais atrasos nos repasses por parte dos contribuintes. “Não é uma obrigação, é uma ajuda. A pessoa pode pagar no dia que tiver condições”, destacou a provedora. “Eu mesma já atrasei três meses porque, simplesmente, me esqueci de pagar”, complementou.
Nanete destacou que as contribuições, ainda que pequenas, ajudam o hospital a manter a estrutura de atendimento. “Com o dinheiro, nós podemos comprar o que falta, desde uma seringa até medicamentos”.
A meta da Santa Casa é elevar o número de contribuintes para 500 nos próximos meses. “Claro que, se pudermos ter mais, será melhor. A nossa cidade tem pouco mais de 107 mil habitantes. É lógico que tem muita criança dentro dessa estatística, mas, se os adultos ficassem sócios, ajudaria muito”, afirmou Nanete.
Para ela, a contribuição obtida por meio dos carnês dos associados é mais que relevante. A provedora lembrou que a Santa Casa é o único hospital do município e um dos principais da região. “Não existe outro lugar. Quem precisa de internação, mesmo particular, vai cair aqui”, comentou.
Nanete aposta na conscientização da população para alcançar a meta. Segundo ela, o hospital já realizou ações de divulgação para aumentar o número de contribuintes, com apoio da Prefeitura.
“Num ano anterior, o carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) vinha com uma mensagem falando a respeito do carnê e da ajuda à Santa Casa”, comentou a provedora.

Confusão

Nanete afirmou que existe muita confusão em torno do funcionamento do hospital. Conforme ela, algumas pessoas deixam de contribuir com a Santa Casa porque entendem (de forma equivocada) que ela pertence ao governo.
“Elas dizem que já contribuem com impostos e alegam que já pagam o SUS (Sistema Único de Saúde)”, comentou.
Nanete citou que a Santa Casa é uma entidade filantrópica e que apenas recebe repasses de contratualização de atendimentos prestados ao SUS.
O acordo da Santa Casa prevê 460 internações pagas pelo sistema. Caso o número exceda o contrato, os custos do atendimento ficam inteiramente com o hospital.
“Não tem como você, quando chega o paciente 461, não atender e dizer que a cota do SUS já se esgotou. Já pensou mandar embora porque o governo não vai pagar?”, indagou.
Nesse sentido, os carnês dos associados são fundamentais para o hospital continuar operando. “Às vezes, chegamos a ter 560 internações, cem a mais do contratualizado. É com os recursos que recebemos de ajuda que custeamos o que não é coberto pelo SUS”, destacou.
Mesmo com o repasse do governo, Nanete explicou que o hospital tem de arcar com 40% dos custos sobre as internações cobertas. Conforme ela, o Sistema Único de Saúde paga 60% das internações. O valor é de R$ 720 por paciente, independente do período em que ele permaneça sob os cuidados do hospital.
“Lógico que, por mais que o SUS não nos pague, nunca vamos mandar um paciente embora. Só que, daí, nós ficamos com ‘a calça curta, andando no brejo’. Seria mais fácil se a população se conscientizasse”, finalizou Nanete.
                                                                                oprogressodetatui.com.br

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