domingo, 2 de outubro de 2011

Militar divulga balanço e prisão de cinco


Do início de 2010 a agosto deste ano, a Polícia Militar de Tatuí efetuou 26 prisões de pessoas acusadas de roubo. Os números constam em estudo apresentado pelo comandante da 2ª Cia. de Policiamento Militar, capitão Benedito Tadeu Galende, intitulado “balanço de produtividade”. O oficial divulgou os dados em entrevista à reportagem de O Progresso na manhã de quarta-feira, 28 de setembro.
Além de apresentar o total de ocorrências registradas pela PM, Galende fez um detalhamento das atividades realizadas pelos soldados ao longo de 18 meses. O comandante divulgou, também, a prisão de cinco pessoas na cidade, no final de semana passado. Destacou, ainda, que a corporação tem atribuições regionais e sustentou que compará-la à GCM (Guarda Civil Municipal) “é um equívoco”.
De acordo com o estudo, a PM deteve 36 pessoas por furto e capturou 85 condenados pela Justiça entre 2010 e os oito primeiros meses deste ano, somente no município. A corporação, que engloba homens da 4a Cia. de Policiamento Militar (criada em dezembro de 2009), também prendeu 250 pessoas por outros delitos (estelionato, tráfico de entorpecentes, etc.). Somente em Tatuí, atendendo pedidos do Judiciário, a corporação realizou 141 escoltas de presos (entre eles, menores infratores) ouvidos em julgamentos.
Quando somados os dados das cidades da região atendidas pela companhia, o número de presos transportados, nesse mesmo período do balanço, chega a 351. Para levar e trazer os detentos, a PM utilizou 191 viaturas.
“Além das prisões que ocorrem no dia a dia, nós temos esses trabalhos, nos quais atendemos requisição do Judiciário”, destacou Galende. De acordo com ele, o transporte envolve detentos em Tatuí, Capela do Alto, Quadra e Cesário Lange. “Isso acontece, porque o fórum local tem jurisdição nessas cidades”.
Ao apresentar os resultados, o comandante argumentou que a PM de Tatuí é também responsável por prestar apoio ao policiamento rodoviário. “Nós fazemos apreensões de centenas de quilos de entorpecentes que não aparecem na mídia local, porque as rodovias nem sempre fazem limite com o município de Tatuí”, destacou. O pedágio da rodovia Castello Branco, próximo à cidade de Boituva, segundo Galende, é um dos muitos que recebem atenção do efetivo das companhias militares com sede no município.
A ajuda é prestada com efetivo e apoio do canil da corporação. Os cães, normalmente da raça pastor alemão, são utilizados nas operações de localização de entorpecentes. As ações incluem fiscalizações em veículos de passeio ou ônibus de turismo e têm como objetivo conter o tráfico de drogas.
O apoio abrange operações nas rodovias que interligam Tatuí aos municípios de Boituva, Cerquilho, Cesário Lange, Quadra e Capela do Alto. “O que nós fazemos é um misto de atividades de polícia preventiva”, disse o capitão.
Galende afirmou que, por conta da grande quantidade de obrigações que a corporação tem, compará-la com a GCM é um “grande erro”. “Nem tem como comparar. A Guarda age localmente e a PM, de forma bastante ampla”, sustentou.
De acordo com ele, os soldados possuem atribuições regionais, o que pode dar a impressão de que a GCM, cujas obrigações são locais, está mais atuante. “Que eles (os guardas) fizeram muitas apreensões nos últimos meses, é inegável, mas eles têm uma missão local e nós, não”, argumentou.
Qualquer pessoa, frisou Galende, que comparar as ações das duas corporações estaria equivocada. “Quem faz isso é porque não tem conhecimento das missões institucionais que cada uma delas tem de cumprir”, comentou.
Recentemente, o vereador José Tarcísio Ribeiro, o Tarcísio da São Jorge (PSDB), na tribuna da Câmara, falou sobre o efetivo da Polícia Militar, que, em Tatuí, estaria reduzido. Segundo divulgou a assessoria de imprensa do Legislativo, na semana passada, Tarcísio teria revelado que o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo estaria descontente com a situação. Ainda na semana passada, conforme o parlamentar, o prefeito teria se reunido com o comando da PM e solicitado que o efetivo do município fosse ampliado.
COMUNICADO
Para evitar a “divergência de informações” sobre a atuação da corporação, o comandante da 2a Cia. da PM adiantou que vai encaminhar cópia do “balanço de produtividade” para a Secretaria Municipal dos Assuntos de Segurança Pública e dos Transportes. A pasta é comandada pelo secretário José Roberto Xavier.
Galende quer evitar atritos com a corporação municipal por conta de comentários de “terceiros”. “Não se pode colocar uma instituição contra a outra. Além disso, não se pode comparar as duas: a PM, com quase 200 anos de existência, e a GCM, com quase 15. Aqui, em Tatuí, elas têm uma finalidade única e de interesse público, que é a segurança da população”, argumentou.
O capitão disse que as duas instituições têm papéis distintos: a PM atua na preservação da ordem pública e a GCM, na preservação do patrimônio público. “Algumas pessoas confundem as funções, porque, por inúmeras vezes, eles (os guardas) agem como qualquer pessoa do povo e efetuam prisões, mesmo porque, tomam conhecimento das ocorrências em razão de trabalharmos juntos”, citou. A PM e a GCM dividem espaço na sala de triagem de atendimentos do CCE (Centro de Comunicação de Emergência).
O serviço funciona em prédio anexo ao quartel do Corpo de Bombeiros, na avenida Domingos Bassi, na vila Dr. Laurindo. O CCE é responsável por receber ligações de chamados feitos para os telefones 190, 193 e 192 (Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência). “Quando alguém anuncia que está sendo vítima de um roubo em andamento, ou testemunhando, todos ouvem no CCE e agem em razão do interesse público. Por esse motivo, a GCM atende alguns casos”, disse Galende.
DETENÇÕES
Junto com o balanço, o comandante divulgou a prisão de cinco pessoas, sendo duas por roubo, duas por abandono de incapaz e uma por cumprimento de mandado de prisão, no fim-de-semana passado. “Essa é, também, a média de detenções que a PM faz semanalmente em Tatuí”, comentou Galende. Os dois primeiros detidos são João Paulo Provazi Vieira, 19, e Hallan Patrick Barreto, 18. Eles teriam roubado R$ 265 de um posto de combustíveis, no Residencial Astória.
Vieira e Barreto acabaram detidos por uma guarnição da PM na estrada vicinal Moisés Martins, que liga o centro da cidade ao distrito de Americana. Os dois teriam praticado o crime por volta das 17h, e fugido em uma moto. Além de apreender o veículo, os soldados conseguiram recuperar a arma que teria sido usada pela dupla, um revólver calibre 38, com numeração pinada. Os acusados, detidos, foram transferidos para a Cadeia Pública de Itapeva.
Com a detenção dos suspeitos, Galende disse que outros dois assaltos ocorridos no município podem ser esclarecidos. De acordo com ele, uma dupla, com o mesmo modo de agir de Vieira e Barreto (armados e usando uma moto) teria levado pequenos valores de uma piz-zaria e de um restaurante, na madrugada do dia 21 para 22 de setembro.
As vítimas dos dois estabelecimentos teriam descrito à polícia que foram assaltadas por dois homens sobre uma moto. “Além dessas características, desde que a dupla foi detida, não tivemos mais nenhum outro roubo semelhante em Tatuí, o que leva a PM a crer que eles seriam os autores”, disse o comandante. “A única coisa que os diferencia dos dois crimes é que os bandidos que agiram na pizzaria e no restaurante usavam touca de caveira”, adicionou.
O valor pequeno dos assaltos (média de R$ 80 por estabelecimento) também faz a PM acreditar que a dupla tenha se envolvido com o crime por conta de vício em drogas. “Eles não são organizados, parecem iniciantes, pessoas que, em geral, roubam quantias pequenas e correm o risco pela necessidade”, disse.
Também no sábado, 24, às 3h, soldados prenderam um casal (um homem e uma mulher de 27 anos) por abandono de incapaz. O casal, embriagado, teria levado a filha de dois anos para um bar, no bairro Santa Cruz. A criança, que ficou sob os cuidados do Conselho Tutelar, estaria chorando.
“Alguém que estava no local chamou a polícia porque viu que a criança não parava de chorar”, contou Galende. De acordo com ele, o abandono ficou caracterizado porque “nem o homem e nem a mulher estavam em condições de cuidar da criança”. “Eles nem conseguiam cuidar de si mesmos”, disse.
Já no domingo, 25, a PM efetuou a prisão de um condenado pela Justiça. Alexsando Jesus da Silva, que respondia em liberdade processo por roubo a mão armada (artigo 157 do Código Penal Brasileiro), teve sentença de cinco anos de reclusão expedida pelo juiz Walmir Idalêncio dos Santos, da 2a Vara Criminal da comarca. Silva foi pego por volta das 16h30, na rua Bimbati, no centro. De acordo com o comandante, ele não teria oferecido resistência.

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