domingo, 10 de julho de 2011

Empresas da cidade mantêm a alta nas negociações com outros países


Importações e exportações cresceram mais de 14% no período de um ano

As importações e exportações realizadas pelas empresas de Tatuí estão mostrando crescimento em relação ao desempenho da balança comercial no ano passado. Em comparação aos cinco primeiros meses de 2010, a venda de produtos da cidade aumentou 14,2%. A compra de importados, no entanto, aumentou ainda mais, subindo 17,5%.
Traduzindo em valores, de janeiro a maio deste ano, as exportações das empresas tatuianas já passaram de US$ 26,1 milhões, cerca de US$ 3,2 milhões a mais que no ano passado. As importações, por outro lado, já totalizam mais de US$ 58,4 milhões, aproximadamente US$ 8,7 milhões a mais.
O déficit da balança comercial (diferença negativa entre compras e vendas) cresceu ainda mais no período: passou de US$ 26,8 milhões para US$ 32,3 milhões. Um crescimento de 20%.
Os números são disponibilizados mensalmente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na página da pasta na internet (www.mdic.gov.br). Além das cifras, a página oferece uma descrição detalhada da balança comercial de cada município, como os principais produtos comercializados e os países de origem e destino.
Atualmente, a Argentina é o principal comprador dos produtos fabricados em Tatuí. Somente em 2011 este comércio já movimentou mais de US$ 3,4 milhões, o que representa 13% do total. A Alemanha (11,9%), os Estados Unidos (10%) e a Itália (8,2%) completam a lista.
No rol das exportações, a liderança absoluta das vendas é de insumos industriais, que representam 82,9% do total. Na prática, isso equivale a vendas no valor de US$ 21,6 milhões no acumulado de janeiro a maio. Bens de capital (9,9%), assessórios de equipamentos de transporte (4,5%) e bens de consumo não duráveis (1,6%) completam a lista.
Detalhadamente, os produtos mais exportados para outros países são as tripas de bovinos, com 39,4% do total. As tripas de suínos (15,8%) estão em segundo lugar e os tecidos de algodão em terceiro (10,8%).
A Argentina também é país de origem da maioria dos produtos importados na cidade, com vendas que já ultrapassaram US$ 13,4 milhões neste ano, ou 22,9% do total. Os dados do governo federal mostram que este número caiu 19% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado, em que as importações passaram de US$ 16 milhões.
Os outros países que mais vendem produtos para Tatuí são o Japão (14,8%), a Alemanha (14,6%) e os Estados Unidos (11,8%). No período observado, os alemães praticamente dobraram a participação nas importações do município. Passaram de US$ 4,3 milhões para US$ 8,5 milhões, aumento de 94%.
Os bens de capital representam quase a metade das importações realizadas na cidade. Nos cinco primeiros meses de 2011, a compra deste tipo de mercadoria movimentou US$ 25,7 milhões, ou 44% do total. Insumos industriais (29,4%), alimentos e bebidas destinados à indústria (21,5%) e bens de consumo não duráveis (4,5%) completam as primeiras posições da lista.
O trigo é o produto que representa os maiores gastos com importação em Tatuí, somando 17,2% do total. Em segundo lugar, estão as máquinas para panificação (16%) e, em terceiro, as chapas de vidro (8,7%).
De acordo com o secretário municipal de Fazenda e Finanças, Luiz Paulo Ribeiro da Silva, o aumento das importações está ocorrendo em virtude do preço do dólar, que estando mais barato favorece as aquisições de produtos estrangeiros. “Se tomarmos em comparação o período até o ano passado, quando o dólar estava quase chegando aos R$ 2, veremos que as importações eram menores”, observou.
Por outro lado, o dólar mais barato não favorece as exportações, porque deixa o produto brasileiro mais caro e menos competitivo nos outros países. Segundo o secretário, a maioria dos economistas acredita que o câmbio estaria viável para a balança comercial brasileira se o dólar custasse em torno de R$ 2,20.
Outro ponto observado por Silva é a importação de produtos indisponíveis no mercado local. “O trigo, por exemplo, precisa ser importado para que se possa atender toda a demanda que existe”, disse. Ele também destacou o papel dos bens de produção, equipamentos utilizados para fabricar outros produtos, como peças de vidro, cerâmica ou alumínio. “No caso de Tatuí, muitas das importações se devem aos ativos imobilizados, aos grandes investimentos que estão sendo feitos pelas indústrias”.
Um exemplo citado é a indústria da cerâmica. Muitos empresários da área estariam recorrendo ao mercado italiano para adquirir novas tecnologias de fabricação, como fornos automatizados e esteiras. De fato, a participação dos produtos italianos nas importações tatuianas cresceu consideravelmente, embora não esteja nas primeiras colocações. Entre janeiro e maio de 2010, foram comprados produtos no valor de US$ 468 mil. No mesmo período deste ano, o valor aumentou para US$ 5,2 milhões, crescimento acima de 1.000%.
Mas, apesar do cambio desfavorável, o secretário salienta que as exportações também estão crescendo. Ele atribui o fato ao momento atual do mercado empresarial brasileiro: “Os produtores já estão mais adequados, se capacitando para atender as legislações internacionais, e estão cada vez mais aptos a exportar”.
Na opinião dele, a vocação agrícola do Brasil fará com que as autoridades adotem uma política cambial mais adequada. “Eu acredito muito nas exportações, acho que o dólar ainda vai alcançar uma cotação adequada para favorecer as exportações”.
Entre os benefícios de se possuir empresas exportadoras no município, Silva destaca a arrecadação de impostos, entre eles o ICMS e o IPI. Estes tributos não são recolhidos diretamente pelas prefeituras, mas uma parte deles é repassada pelos governos estaduais e federal.
“Além disso, a exportação é importante para a qualificação da mão-de-obra, pois os mercados internacionais são muito exigentes e as empresas precisam estar constantemente aperfeiçoando a produção”, acrescentou o secretário. Outro benefício para o mercado de trabalho seria a geração de novas vagas, pois geralmente, ao exportar, as empresas ampliam a capacidade produtiva.
O secretário lembra que a Prefeitura oferece mecanismos para ajudar os empresário na abertura de uma nova empresa comercial de exportação. Segundo ele, as associações de classe também podem ajudar, oferecendo informações sobre barreiras comerciais que existem para determinadas mercadorias e destinos, ou sobre tratados comerciais já firmados com o Brasil. “É muito importante verificar logo se realmente existe a possibilidade de exportação”, recomenda

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